OS VÍDEOS DAS COMEMORAÇÕES DOS 80 ANOS DO "ISA"



"ISA" 80 ANOS - ENCONTRO DE TODOS OS PARTICIPANTES NA SÉ


"ISA" 80 ANOS - MISSA


"ISA" 80 ANOS - HOMENAGENS



ALOCUÇÃO DE HOMENAGEM A DIRECTORES E PROFESSORES DO "ISA" PELO PROFESSOR Drº FRAMCISCO GOULÃO



COLÉGIO INSTITUTO DE SANTO ANTÓNIO

BOM DIA!

BENVINDOS  NOVAMENTE AO COLÉGIO.
SAUDAÇÕES ESPECIAIS PARA OS FAMILIARES DOS DIRECTORES DESTA NOBRE INSTITUIÇÃO, INCLUINDO O SEU CORPO DOCENTE .
SAUDAÇÕES SEMELHANTES PARA OS FAMILIARES DOS ANTIGOS ESTUDANTES.
PARA TODOS OS DESEJOS DE UM DIA INESQUECÍVEL DE CONVÍVIO E DE FELICIDADE.

Oriundos das diferentes regiões do País, com sacrifício de muitos e alegria GERAL estampada nos rostos, juntamo-nos neste evento, por uma causa ou razão comum.
         
         ESSE ELO TEM UMA DESIGNAÇÃO, um polo aglutinador: O COLÉGIO.

Passados estes lustros de nossas vidas sentimos um chamamento para este encontro, mais um da nossa peregrinação temporal.

Mas esta jornada, para além do reencontro e da convivência, tem um objectivo muito especial  e justificado:
      HOMENAGEM AOS DIRECTORES E PROFESSORES.
Queremos expressar a nossa gratidão a quem arriscou em tempos difíceis a criação e instalação do COLÉGIO INSTITUTO DE SANTO ANTÓNIO.

E, se esta INSTITUIÇÂO não existisse, talvez muitos de nós nunca conseguíssemos realizar-nos na cidadania.
É que o ENSINO OFICIAL era naquela época muito selectivo e injusto.
  

        Senhoras e senhores:

Elaborar um estudo, ainda que despretensioso, sobre o Colégio Instituto de Sº António, o ISA de Castelo Branco, Instituição Escolar que prestou relevantes serviços ao País, especialmente aos beirões, com oferta de um colégio competente na zona, exige que previamente se faça uma ainda que breve reflexão contextual da problemática educativa a nível nacional.
O objectivo fundamental dos fundadores do Colégio foi inequivocamente o da formação escolar, humana, moral e social dos educandos que a ele recorriam, quer na qualidade de externos, quer na de internos.
Na década de Trinta do século passado, a Beira Baixa dispunha apenas de um estabelecimento oficial de ensino secundário, o Liceu da cidade de Castelo Branco.
O liceu Municipal Heitor Pinto da cidade da Covilhã,  criado por decreto de 21 de Março de 1934, foi autorizado naquela época a leccionar apenas o 1º ciclo liceal (dois anos iniciais).
Respostas para a prossecução de estudos no ensino liceal só as dava o Liceu Nacional Nuno Álvares de Castelo Branco, além do Colégio de Cernache do Bonjardim, este de feição e de tradição na formação eclesiástica missionária, complementado ainda o programa com a escolarização liceal.
Havia, é certo, uma boa oferta na formação profissional na cidade da Covilhã na Escola Industrial Campos de Melo, o primeiro estabelecimento de formação técnica e profissional a ser criado no País em 1886, juntamente com idênticas escolas localizadas em Portalegre e Guimarães.

Naquela época já não existia o Colégio de Jesuítas de S. Fiel. Estas boas instalações acabaram por ser bem aproveitadas na formação profissional no célebre e conceituado Reformatório de S. Fiel, instalado em Louriçal do Campo, no concelho de Castelo Branco, destinado à reinserção e recuperação de jovens em risco.
 Bons artistas da carpintaria, marcenaria, artes afins e serralharia, homens de consciência formada, saíram desta instituição.
Mas não se pense que o ensino liceal era acessível a todos os candidatos, pois a frequência do Liceu Nacional Nun’Álvares só atingiu algumas centenas de alunos já em plena República, ultrapassando as cinco ou mais centenas na década de quarenta. O milhar de alunos apenas foi alcançado em meados do século XX, em que foi crescendo progressivamente.
O Estatuto do Ensino Liceal de 1947 atribuía ao Liceu de Castelo Branco um quadro muito reduzido de professores efectivos, pasme-se de dezassete docentes no total, distribuídos pelos nove grupos de especialização, desde o Latim, Grego, Matemática, Ciências, etc.  ao Desenho, Música, Educação Física e Trabalhos Manuais.

O então denominado Ensino Primário na época era também muito insuficiente no País e na Beira Baixa, sobretudo após o encerramento da Escola de Habilitação para o Magistério Primário ou Escola Normal de Castelo Branco, que acabou desvalorizada, com grande prejuízo para os beirões, com a sua conversão em 1919 em Escola Primária Superior. Esta foi encerrada definitivamente por decreto de 15 de Junho de 1926, sem saídas locais para os alunos que ao tempo a frequentavam.
O corpo docente, esse caíu no desemprego.
Aos alunos em formação com capacidades económicas só lhes restava tentarem a entrada nas Escolas Normais de Lisboa, Porto, Coimbra ou Braga, as únicas que sobreviveram.
E sem conhecimento e cultura um Povo não pode progredir e desenvolver-se.
Mas existiam em toda a região muitos candidatos à valorização cultural e do conhecimento, através de estudos literários e científicos.

Se nem todos os interessados tinham acesso ao ensino oficial na zona e poucos dispunham de meios  para se deslocarem para os centros escolares do litoral, onde poderiam realizar os seus estudos, só uma solução local poderia ajudá-los na sua formação.
E foi o Ensino Particular, então  lançado na cidade, que constituiu o recurso e a válida solução de quantos dele se abeiraram, a maioria com sucesso.
Assim, durante a primeira metade do século XX, além de cursos de ensino doméstico e de tentativas de criação de pequenos colégios de feição familiar, podemos citar como significativos os exemplos das Salas de Estudo Luís de Camões, Escola Comercial Pedro Nunes, Colégio Feminino de Nª Sª de Fátima, posteriormente o Colégio Feminino de  Nª Sª do Rosário dirigido pelas Madres Dominicanas, a Escola de Enfermagem Dr. José Lopes Dias, seu ilustre e conceituado fundador e director, estabelecimentos localizados todos eles na cidade de Castelo Branco.
O Colégio Instituto de Santo António, inicialmente instalado num prédio adaptado, ainda de forma incipiente com a designação de Pensionato de Sº António, foi o pioneiro nesta cidade dispondo de instalações e corpo docente competente e com resultados muito positivos, no internato, externato e semi-internato.
O nº 48 da Revista TERRAS DE PORTUGAL, publicado em Lisboa no longínquo ano de 1933 e exclusivamente dedicado ao concelho de Castelo Branco, dá-nos informações preciosas sobre a vida económica e social da época na zona, não só nos artigos de opinião como na publicidade, factos que se podem confirmar na própria revista.
Assim é possível enumerar as actividades económicas mais desenvolvidas na época nesta cidade e concelho:
-indústrias de cortiça e de cortumes, tecelagem, metalo-mecânica, moagem, extracção e comércio de azeite, alfaiataria e costura, comércio de produtos alimentares, cereais, adubos e compostos químicos, serração de madeiras, vinhos, serralharia, chapelaria, etc.
Podemos concluir que naquela época a zona albicastrense era uma região onde escasseava a indústria e só subsistia a que se ligava à agricultura.
Quanto às iniciativas atinentes à formação escolar e cultural, importa ainda destacar a construção do Seminário de S. José de Alcains em 1929, oferta de um benemérito alcainense e que constituíu uma excelente oportunidade  de oferta cultural e escolar para os cem alunos que a frequentavam na época, frequência que progrediu posteriormente. Quase todos os seminaristas eram oriundos de famílias de fracas possibilidades económicas e nem todos completavam os estudos eclesiásticos. Os desistentes adquiriam, por esta via, habilitações académicas muito relevantes para eles próprios e para o País.
Porém, além desta instituição, foi o Colégio Instituto de Santo António que mais se destacou nesse período no desenvolvimento cultural e académico da região e da cidade de Castelo Branco.
  Relevemos a interessante referência que lhe foi feita no nº 48 da Revista já citada TERRAS DE PORTUGAL, ano IX, 1933:
“...Foram modestos os primeiros tempos do Pensionato, mas um ano de  vida foi semente fecunda para o Instituto que este ano começa.
Ao seu primeiro director, o Pr. Dr. Abílio Esteves de Carvalho, que fora professor no Seminário Diocesano antes de voltar a Roma para terminar aos seus estudos do Direito Canónico, junta-se para os novos trabalhos um novo de boa vontade, o Dr. Victor dos Santos Pinto, licenciado em Ciências Físico-Químicas e com alguns anos de magistério”

 Victor dos Santos Pinto nasceu na freguesia de Ruvina, concelho do Sabugal em 14 de Outubro de 1903. Fez o curso complementar do ensino liceal no Liceu da Guarda, tendo completado os seus estudos na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, onde se graduou com a licenciatura em Ciências Físico-Químicas.
Iniciou a sua actividade docente como professor do Liceu Gil Vicente em Lisboa, de onde se transferiu para o Colégio de Cernache do Bonjardim.
Em 1932 fundou nesta cidade, juntamente com o Pr. Abílio Carvalho, o Colégio Instituto de Santo António, que mais tarde nos recebeu e encaminhou na nossa formação.

Em 1933, a casa onde foi instalado o Pensionato-Colégio, de acordo com a notícia da Revista TERRAS DE PORTUGAL, “...apresenta-se agora com o ensino dos cinco primeiros anos do liceu, recebendo internos e externos, tendo ainda montado o seu curso de explicações.
A par da formação  intelectual preocupa-se com a formação moral e religiosa dos seus alunos (...)
E assim o número de internos sobe este ano de 25 para 31, que a juntar-se-lhes os externos perfaz o número de 62 alunos.”
             
Se contabilizarmos o número de pessoas, seguramente mais de cem alunos e sete professores, que constam da fotografia datada de 1934 publicada na página 120 do Album Histórico da Polis de 2003 da cidade de Castelo Branco, verificamos que no espaço de um ano  multiplicou visivelmente a sua população escolar.
Com os resultados positivos obtidos pelos seus alunos nos indispensáveis exames finais de ciclo prestados obrigatoriamente perante os júris do ensino oficial do Liceu Nacional de Castelo Branco, a frequência, (que se manteve masculina durante anos) foi aumentando significativamente.
Por razões culturais, sociais e políticas, as famílias portuguesas investiam então muito pouco na educação feminina.
E quando se abria alguma facilidade, não deixava de ter em mente a preparação para a vida doméstica.
Assim, o Estatuto do Ensino Técnico e Profissional, na sua versão de 1948, lá previa, a par dos cursos de formação comercial e industrial, os da formação feminina.
Uma nota curiosa deste aspecto foi a de o semanário albicastrense Beira Baixa, no seu nº 530 de 25 de Agosto de 1947, fazer publicidade a um Curso Industrial Feminino de Costura recentemente criado no Colégio Feminino de Nª Sª de Fátima em Castelo Branco.
Todavia, a Escola oficial de Ensino Técnico e Profissional de Castelo Branco, hoje denominada Escola Secundária Amato Lusitano, só abriu em Janeiro de 1955 no edifício do antigo Paço Episcopal onde presentemente se encontra instalado o Museu Francisco Tavares Proença Júnior.
O Colégio Instituto de Santo António, o ISA que frequentámos, foi dirigido pelo Dr. Victor dos Santos Pinto até 1945, ano em que passou a ter a direcção dupla do Dr. Francisco José Palmeiro e do Dr. João Nunes da Cruz.

Façamos agora uma ligeira reflexão sobre as biografias destes últimos directores do que foi e continua a ser o nosso Colégio, concretamente do Dr. Palmeiro e  do Dr. Cruz.
Francisco José Palmeiro nasceu em 21 de Agosto de 1909 na freguesia de Estói no Algarve, tendo frequentado o Liceu de Faro onde completou o curso complementar do ensino secundário.
Frequentou inicialmente a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas cedo fez outra opção, pelo que se transferiu para a Faculdade de Letras da mesma Universidade, tendo  aqui completado a sua licenciatura em Filologia Clássica.
Em Coimbra conheceu a que veio a ser sua esposa, a Dr.ª Aida da Ressurreição Nunes de Sousa, natural da freguesia de Meios do concelho da Guarda, a qual se licenciou em Ciências Naturais.
Iniciaram ambos a docência no liceu da Figueira da Foz, mas por virtude de saúde do Dr. Palmeiro que sofria de asma, doença prejudicada pela humidade marítima, decidiram mudar a residência para esta cidade onde o clima era mais seco e favorável à sua saúde.
Quanto ao Dr. Nunes da Cruz, sabemos que  nasceu em 27 de Dezembro de 1927 numa pequena aldeia do concelho de Vila Velha de Ródão, frequentou a Escola Primária de Gavião de Ródão, de onde transitou para o Liceu de Castelo Branco até ao seu ingresso na Universidade Clássica de Lisboa.
Na Faculdade  de Ciências em Lisboa realizou a sua licenciatura em Ciências Naturais.
Foi docente na área da sua especialização no Colégio Instituto Lusitano, em Benfica-Lisboa, cujo director era ao tempo o albicastrense dr. José Pedro Moreira, diplomado pela extinta Escola Normal de Lisboa. O Dr. Cruz exerceu ainda funções docentes no Colégio Moderno, em Lisboa.
Cerca de 1941 passou a exercer a docência no Colégio Instituto de S.º António, nesta cidade, ao mesmo tempo que desempenhava funções administrativas na Secretaria do Governo Civil deste distrito. De 1945 a 1951 foi, além de sócio e director do ISA , professor no Colégio, em exercício somente de funções docentes até cerca de 1965.
Além de director do Colégio, função que exerceu juntamente com o Dr. Francisco Palmeiro, assumiu simultaneamente, durante vários anos, a docência da cadeira de Ciências da Natureza no Instituto de Sº António.
Não possuímos todos os elementos sobre o numeroso elenco de PROFESSORES, que exerceram funções docentes neste Colégio. Mas tentemos lembrar alguns nomes, os possíveis que conseguimos coligir.
       
             Relação dos Professores ( a possível) dos Professores que exerceram no  ISA as suas funções docentes e que recordamos com simpatia:


Além dos Directores, já citados, com o pedido de desculpas antecipadas pelas omissões, exerceram funções docentes no COLÉGIO INSTITUTO DE SANTO ANTÓNIO, os licenciados seguintes:

Morais Lopes, Ribeiro Gonçalves, Maria Luísa Feitor Pinto, em 1942


Oliveira Marques, João Hormigo, Francisco Ferreira, Estela Monteiro, M. Luisa Almeida Esteves, Odete Geirinhas, Américo Dias  Bento, António Tavares Lobato Carriço, Vasco Godinho, Cartaxo, Castro, Aida Nunes de Sousa, Maria Emília Sales Viana, Cândida Reina, Riscado, Pr. Manuel Pinheiro.

Manuel João Vieira, Eufémia, Jaime, Padre Farinha, Mendes de Matos, Alberto Morão Costa Ferreira, Russinho,  Mário Pissarra, Ilídio Dias Pinho, Tenente Cruz, Maria Teresa R. Martinho,Rui dos Anjos, Manuel Xavier Gomes, etc.


 Deixaram recordações, gratas na maioria dos casos, mesmo quando não favoráveis aos alunos e, para ilustrar esta situação, permitam-me duas citações respigadas de Livros de Finalistas.
Assim, do Livro de Finalistas de 1953/4, dirigido ao Director do Colégio, destacarei as estrofes:


…. E nós como “filhos” amamos nosso “Pai”
Amamo-lo de alma e coração….

Eis-nos presentes….
A tributar-lhe a nossa gratidão.
                          Autor colectivo – o Curso

Independentemente do ano em que estes sentimentos eram expressos, pode dizer-se que se aplicavam a todos os anos e a todos os professores que exerceram funções directivas no Colégio.

Idênticos sentimentos evidenciaram os Finalistas de 1955/6, relativamente aos seus Professores:


Não olvidamos quanto a nossos Pais
Devemos sacrifícios colossais
E jamais pagaremos seus favores.

Mas também não podemos esquecer
O muito que ficamos a dever
Aos nossos dedicados Professores

          Autor – José Luis Rocha

Debrucemo-nos agora sobre a história da Instituição e desta sua instalação.


Em 1957, o Colégio mudou as suas instalações para este belo edifício, que temos oportunidade de visitar, construído especificamente para efeitos escolares, reserva que ficou explicitada concretamente na acta  da reunião camarária em que se autorizou a sua construção.
Esta determinação clausular tem sido respeitada rigorosamente.
Temos em mãos elementos fidedignos sobre as frequências da ocupação dos diferentes espaços pedagógicos no passado recente, mas é lamentável não poder fazer o mesmo relativamente ao passado do Colégio em que funcionou como tal.
Não há documentos e sem fontes não se  pode fazer história; apenas o testemunho oral de quem viveu a situação poderá contribuir com alguns elementos de interesse. E essa HISTÓRIA está sendo construída e em processo de permanente evolução hoje mesmo, aqui, agora.
Das nove salas existentes no terceiro piso deste edifício, oito estavam reservadas ao internato, cabendo em cada uma quatro a seis ocupantes, pelo que poderemos concluir que o número de internos não aumentou significativamente em relação à frequência revelada nos documentos da década de trinta do século passado (entre 30 a 50 internos, no caso de fazer o pleno)
O ensino oficial, que descurou durante muito tempo a acção social escolar, passou a investir  somente nos lares oficiais de estudantes da M.P., quer no alojamento, quer no economato, concedendo ainda a  subsídios e bolsas a alguns estudantes .
Quanto ao Externato do Colégio Instituto de Santo António, manteve-se em plenitude da sua acção, com largas centenas de alunos a cumprirem os seus currículos escolares e a fazerem os seus exames certificados pelo ensino oficial. Quantas centenas ou milhares não sei, porque, mesmo o ensino oficial que tutelava o ensino particular, não fazia os registos de matrículas por unidades escolares separadas.
Não é possível agora, no Arquivo de qualquer estabelecimento oficial, catar um a um todos os registos de matrícula, frequência e de exame dos alunos externos. E, tratando-se de uma instituição secular, com mais de 150 anos de existência como tem já o liceu local, mais difícil se torna ainda investigar em centenas de metros de prateleiras do Arquivo, distribuídas por dezenas de estantes que ocupam os fundos do corpo principal do edifício desta Escola.
De notar que não eram concedidos quaisquer subsídios ou bolsas de estudo a alunos do ensino particular, também designado “externo” . Durante muito tempo, os diferentes Estatutos do ensino oficial do século XIX e mesmo em parte do século XX, a designação foi mais discriminatória: “alunos estranhos” , assim eram denominados estes alunos, que bem sentiam essa situação durante a prestação de provas.
Com o alargamento da escolaridade obrigatória e a criação do Ensino Preparatório em Outubro de 1968 nas suas diferentes modalidades, desta vez com número de Escolas e quadros mais compatíveis, uma parte do Ensino Particular, apesar de deixar de ser considerado “estranho”, teve de se retrair, pelo menos em alguns centros demográficos, como a cidade de Castelo Branco, onde era mais acessível e em melhores condições económicas o ensino oficial, e que felizmente já tendia para a gratuitidade.
Assim, por certo com muita pena do então Director, Dr. Francisco José Palmeiro, o Colégio encerrou no ano de 1970, mas não cessou a sua actividade favorável à cultura, instrução e formação da sociedade albicastrense, especialmente da sua juventude.
Vejamos como:
Este edifício passou a servir, a partir de Outubro de 1972 a Escola do Magistério Primário de Castelo Branco e sobre o seu funcionamento e rentabilização temos dados muito seguros.
Além de cursos intensivos ministrados a agentes de ensino tiveram lugar na sua última versão vários cursos especiais de formação, cuja frequência ultrapassou em muito as quatro centenas de docentes-formandos, alguns realizados ainda antes de iniciar a sua actividade específica de aperfeiçoamento literário e pedagógico dos cursos normais do magistério primário.
A Escola do Magistério Primário oficial de Castelo Branco diplomou no total 1092 profissionais de ensino no curto espaço de quinze anos, de 1972/3 a Julho de 1988, repartidos pelos cursos de docentes do 1º ciclo do ensino básico e de educadores de infância. A maioria destes docentes trabalha no distrito de Castelo Branco, contribuindo com a sua acção cultural e dedicação para o desenvolvimento da região.
Na zona onde estava instalado o internato (3º piso), funcionou durante vários anos a Escola de Ensino Básico nº 6, anexa à Escola do Magistério, constituída por 16 professores com a frequência de 400 alunos, porque a reduzida dimensão das salas não permitia comportar mais alunos.
No piso 1 trabalharam simultaneamente duas Educadoras de Infância com a frequência de 40 crianças.
Com a passagem das instalações para a gestão do Instituto Politécnico, via Escola Superior de Educação, foi este edifício intensivamente utilizado, no complemento de habilitações pedagógicas aos professores provisórios ou eventuais do ensino secundário, e preparatório, em número de muitas centenas (quase dois milhares) colocados nas escolas oficiais e privadas existentes nos diferentes concelhos do distrito.

Estes docentes, repartidos por turmas que atingiam por vezes a centena deslocavam-se a esta Escola duas vezes no mês, e participavam em seminários das seguintes cadeiras:
Sociologia Geral e Escolar;
Psicologia da Aprendizagem;
Metodologia Geral e Escolar e
Organização e Gestão Escolar .
Hoje o edifício continua a servir a causa escolar em benefício do País e da região.
E de uma forma elevada, pois é a sede da Presidência e dos Serviços Administrativos e de Acção Social Escolar do Instituto Politécnico de Castelo Branco, uma das duas instituições oficiais de ensino superior do distrito.
Senhoras e Senhores, desculpem-me se me excedi em pormenores, mas considero importante relembrar toda a acção desenvolvida aqui e derivada da criação e funcionamento eficaz deste nobre Colégio, que nos ajudou a singrar na vida.

A quem se devem estes benefícios ?
Justamente aos fundadores do Pensionato Santo António e do Colégio Instituto de Santo António.
 O embrião foi o Pensionato da iniciativa do Pr. Dr. Abílio Esteves de Carvalho.
Mas foi o Colégio Instituto de Santo António, mercê da dedicação continuada dos directores Dr. Victor dos Santos Pinto, Dr. Francisco José Palmeiro e do Dr. João Nunes da Cruz, que permitiu a muitas gerações de jovens a sua realização como homens e cidadãos de parte inteira.
Infelizmente e, seguindo a lei natural, já não é possível a presença dos directores, de muitos professores e alunos neste acto.
Mas cabe-nos esta singela HOMENAGEM à sua memória. É uma manifestação sincera e expontânea que peca por tardia.

Mas mais vale ocorrer tarde, que nunca, na expressão vulgar.
Os Familiares dos Directores quiseram associar-se e participar nesta iniciativa.
A sua presença honrosa sensibiliza-nos e vem dar realce a esta iniciativa.  Expressamos a Suas Ex.as o reconhecimento e a gratidão que devemos aos nossos directores, cuja memória estamos evocando.
Caros Companheiros, não terminarei sem que antes destaque a dedicação da Comissão que teve a iniciativa e o trabalho de organizar este Encontro, especialmente ao pivot do grupo, o colega José do Patrocínio.
A quantos contribuíram para a realização deste evento, deixo a expressão do meu e nosso agradecimento, suponho, e a admiração pela actividade desenvolvida.
Por fim, um pedido:
Porque na toponímia da cidade de Castelo Branco já existem duas artérias lembrando a acção de dois directores do Colégio, é nosso desejo e  dever fazer as diligências necessárias para se completar a toponímia da CIDADE com a designação do que também foi director, o Dr. João Nunes da Cruz, que, além de professor competente e director do Colégio desempenhou simultaneamente as funções de Secretário efectivo do Governo Civil do distrito de Castelo Branco.

Uma última aspiração, que constituirá  a cereja no cimo do bolo:
Que o topónimo COLÉGIO INSTITUTO DE SANTO ANTÓNIO contribua também para o enriquecimento da galeria da toponímia da cidade, denominando uma das novas artérias desta cidade em progresso.


     CASTELO BRANCO, Maio de 2012
                   FRANCISCO GOULÃO





AS BOAS VINDAS PELO JOSÉ MARQUES DO PATROCÍNIO

Em nome da Comissão Organizadora deste Reencontro da família ISA, saúdo,
·        O Sr. Comendador Joaquim Morão, Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco,
·        Os Senhores Directores do Instituto de Santo António, Drs. Vitor Pinto, João Cruz e Francisco Palmeiro, aqui representados por seus ilustres filhos,
·        As Senhoras e os Senhores Prof do ISA, aqui representados pelo Sr. Padre Farinha, Dra. Maria Teresa Martinho, Dr. Vieira e Prof Pissarra,
·        Todos os colegas do Instituto de Santo António, aqui representado pelos presentes
·        Saúdo também os familiares

Hoje, estamos todos de Parabéns.
Não é a Comissão que está de Parabéns, é toda a família ISA, somos todos nós.
Relembremos  o percurso, desde o passado mês de Setembro em que por iniciativa do João Lameiras e do Alexandrino Robalo, dez antigos alunos se sentaram à mesa para fazer renascer o espírito ISA.
Em poucos meses muito se fez,  muito caminho se percorreu.
A Comissão agradece a todos aqueles que  ajudaram, nomeadamente  a alargar e a completar o ficheiro de antigos alunos, que brevemente ultrapassará os 500 nomes, mas porque  problemas de saúde impediram o criador e animador do nosso Blogue de estar fisicamente connosco, peço uma salva de  palmas para o Carlos de las Heras, a quem envio um grande abraço e votos de rápido restabelecimento.
Obrigado a todos.
Estou convicto que numa próxima ocasião,  para o ano ou quando desejarmos, ainda seremos mais.
JOSÉ MARQUES PATROCINIO
12/05/2012


"ISA" 80 ANOS - ALMOÇO

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